quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Obra da Coelba Depedra Área Pública


Créditos Autorais 
Texto e ImagemWilson Menezes
Reproduzido da página Vidadepedestre


Estamos chamando a atenção para o processo de destruição que está acontecendo no Corredor Verde do Bonocô. E contamos com o apoio de todos que puderem divulgar esse fato, seja na mídia ou entre os amigos, curtindo, compartilhando para que a Coelba reconstrua o que foi destruído com as escavações no local.

O Corredor Verde pode não ser um espaço ideal de lazer e esporte, pois a Av. Bonocô tem grande tráfego de veículos e trechos com traçado perigoso que somado à imprudência de alguns motoristas provocam alguns acidentes no local. Como a pista de caminhada e a ciclovia passam ao longo da via e não há nenhum tipo de proteção lateral, o risco é muito grande para as pessoas que usam o espaço. 

Contudo, é um espaço público construído bastante frequentado por pessoas que buscam se exercitar com caminhadas ou corridas. Um espaço que deve ser melhorado e não destruído. 

Há alguns meses o local virou um canteiro de obra da Coelba para implantação de rede elétrica subterrânea. Por onde as máquinas passam deixam o rastro. Não são feito reparo das estruturas que são danificadas ou são mal feito e de forma precária. Não se percebe nenhuma fiscalização da Prefeitura de Salvador. 

A verdade é que o local está sendo depredado pela Coelba.

Estas imagens são de um dos trechos onde a máquina passou. Na sequência antes, durante e depois das obras realizadas pela COELBA.






domingo, 25 de novembro de 2012

Baia de Todos os Santos: Ainda Não Expressa

 Créditos Autorais 
Texto e Imagem: Wilson Menezes


Avenida Heitor Dias, Salvador
As obras da Via Expressa Baia de Todos os Santos estão nas últimas etapas de conclusão, muitos viadutos já estão liberados para o trânsito de veículos. Contudo, ainda não foi construída nenhuma passarela para pedestres ao longo desse complexo viário. Provavelmente, deve está previsto no projeto a construção de passarelas, só não entendemos porque ainda não foram instaladas.

As pistas já estão com grande fluxo de veículos, mas foram instalados para os pedestres apenas semáforos e faixas de pedestre em locais próximo à parada de ônibus, um contrassenso ao nome Via Expressa. O conceito básico de via expressa diz respeito a uma via terrestre em área urbana, asfaltada e fechada para o trânsito de pessoas, pois não deve ter interrupção de fluxo. Logo não podem existir semáforos, passagem de nível, faixas de pedestre ou cruzamentos.

Desse modo, vamos esperar o que vai acontecer após a conclusão desta obra que pretende implantar a primaria via expressa de Salvador. O certo é que, até o momento, não podemos chama-la de via expressa.  

    

domingo, 18 de novembro de 2012

Carona, Solidária ou Filantrópica.

Créditos Autorais 
Texto: Wilson Menezes
Imagem: Google



Aumentam a cada dia as discussões sobre a sustentabilidade do planeta e a mobilidade urbana nos grandes centros urbanos. Todos estão em busca de soluções para essas duas questões emergentes do modo de vida da sociedade contemporânea. São problemas imbricados e alimentados pelo mesmo sistema capitalista que estimula o consumo de bens e serviços. 

Nesta grande arena de discussões, muitas são as alternativas apontadas como solução ou elementos mitigadores para a falta de mobilidade e para a promoção da sustentabilidade. Contudo, neste cenário, existem vários lados e diversos agentes e entidades que defendem os seus próprios interesses. Por esta razão, dificilmente, chegaremos a um consenso isento de interesses individuais.

Enquanto não chegamos a uma solução relacionada a esses temas capaz de contemplar a sociedade em escala macro, algumas pessoas ou grupos de pessoas tentam, com mudança de atitude, contribuir para minimizar as consequências da automação das ações cotidianas da sociedade contemporânea.

A carona solidária é uma dessas atitudes pontuais que surgem como alternativa sustentável para o uso do automóvel individual nas grandes cidades. A carona solidária, sem dúvida, traz benefícios em cadeia, pois, considerando que a maioria dos veículos individuais tem capacidade para cinco pessoas, ela pode tirar de circulação até quatro carros individuais em um grupo de cinco pessoas que participem da carona. Pode ainda disponibilizar vagas no transporte público.

Mas será que a cultura brasileira de só levar-querer-evar-vantagem permitirá a prática da carona solidária com equidade de benefícios para os participantes?    

domingo, 11 de novembro de 2012

"Carrocentrismo", Um Estilo de Vida e Morte.

Créditos Autorais 
Texto: Wilson Menezes
Imagem: vidadepedestre



Na década de cinqüenta do século XX, a indústria automobilística brasileira põe os pneus na estrada do progresso nacional e se torna o ponto chave do desenvolvimento econômico nacional para o governo. Hoje, decorrido pouco mais de cinqüenta anos do início do processo de industrialização e das transformações das grandes cidades em consequência do novo modo de vida da sociedade, a mobilidade urbana se torna a grande questão a ser resolvida.

Sem saudosismo das cidades do início do século XX, quando ainda era possível caminhar no mesmo espaço onde transitavam os velhos carros de tração animal, antepassados dos atuais onipresentes automóveis individuais, o homem contemporâneo percebe que não consegue mais viver sem os automóveis individuais, mas também não sabe como não morrer com eles.

A consolidação do uso dos veículos automotores, sem dúvida, trouxe benefícios econômicos e até mesmo sociais, haja vista a geração de postos de trabalho para a população operária. Contudo, junto com falta de mobilidade urbana, a mega frota de automóveis é também responsável pelo excesso de mortalidade humana nas cidades, nas estradas, nas calçadas, em qualquer lugar onde essas máquinas de aço podem estar.
 
O pensamento dominante sobre as possíveis soluções para os problemas de mobilidade urbana esteve focado, nos últimos anos, nas grandes obras viárias nas quais deveriam ter obrigatoriamente os extensos viadutos como elementos fundamentais para a fluidez do trêfego dos automóveis. Mas isso está mudando, surgem grupos de pessoas que já anseiam outro modo de pensar a cidade sem as colossais estruturas de concreto. Um modelo que contemple, sobretudo, a qualidade de vida da população e mantenha a cidade viva.    

Certamente, essas pessoas não querem a extinção dos automóveis individuais nem a demolição das infraestruturas viárias construídas apoiadas no velho modelo carrocêntrico, mas, sim, o uso moderado e sustentável e que favoreça outros modais de transporte público eficiente nas novas intervenções viárias. O crescimento do uso dos veículos automotores se deve aos incentivos dos governos. Agora é o momento de serem incentivados os meios alternativos e sustentáveis de mobilidade.

As grandes cidades precisam de um modelo que pense a mobilidade humana de forma diversa, no qual o governo e o poder público priorizem todos os meios de deslocamento, sobretudo os não motorizados. Os governantes das cidades precisam entender que a população estará mais segura nos espaços públicos que concentrem mais seres humanos e menos máquinas. A Cidade é viva e necessita de vidas circulando por suas ruas e de solo permeável onde possa brotar novas vidas todos os dias.        

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Conte Até Dez

Créditos Autorais 
Conselho Nacional do Ministério Público

Conte até dez antes de sucumbir à raiva e partir para a violência. Essa é a mensagem da campanha lançada nesta quinta-feira pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que tem o objetivo de sensibilizar para a prevenção de homicídios cometidos por impulso. Segundo o órgão, o foco é conscientizar a população para evitar atitudes e reações contra a vida em situações de conflito.



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Boa parte dos rios de Salvador está poluída e virou canal para esgoto


Créditos Autorais 
Texto: Wladmir Pinheiro
Matéria Original:  Correio24horas



Clique na imagem para ampliar

O rio das Tripas corre a cidade pelo subterrâneo, da hora que nasce, na Barroquinha, até desaguar no igualmente poluído rio Camurujipe, na altura da Rótula do Abacaxi. O apelido foi dado porque ficava ao lado do antigo matadouro da cidade e, a contragosto, recebia as carcaças e vísceras dos animais abatidos. Fedia tanto que há quase 200 anos foi canalizado para dar lugar à Baixa dos Sapateiros. Até hoje, quando resolve dar lembrança, na época das cheias da chuva, é possível sentir o mau cheiro.
O destino do rio das Tripas é o mesmo de boa parte dos rios de Salvador. Como em muitas metrópoles, os rios da capital baiana foram contaminados e poluídos em função do crescimento desordenado e do processo de industrialização cada vez mais acentuado. Ligações clandestinas de esgoto e lixo são os grandes vilões. Sem condições mais de uso por conta do grau elevado de poluição, os rios foram sendo transformados em canais para o escoamento do esgoto da cidade.
“Esta é uma forma perversa da cidade cuidar de suas águas, sejam elas vindas do rio, chuva ou do mar”, defende a socióloga Maria Elisabete Santos. A pesquisadora é uma das organizadoras do livro O Caminho das Águas em Salvador, que faz um levantamento histórico de como a cidade passou a tratar os rios como um obstáculo ao seu crescimento.
Na próxima terça-feira, o seminário de Sustentabilidade do Fórum Agenda Bahia terá como tema O Valor da Água. Especialistas vão debater soluções para melhor aproveitamento dos recursos hídricos e os efeitos do clima no estado da Bahia.
Em Salvador, a falta de preocupação ambiental tornou popular obras de canalização dos rios, como as executadas na Avenida Centenário, quando foi tapado o rio dos Seixos, e a atual obra no Rio Lucaia, na avenida Vasco da Gama, ambas em Salvador.
“É preciso acabar com essa ideia de que ali passa um canal de esgoto. Não, passa um rio vivo. O fato de encapsular o rio pode fazer parecer que se está resolvendo o problema, mas está apenas tirando de vista da população. Esse esgoto vai correr, mesmo debaixo da terra, e vai chegar em alguma praia da orla da cidade”, afirma o pesquisador e engenheiro ambiental Luis Roberto Moraes.
A solução nem precisa vir do outro lado do globo, como Seul, na Coreia do Sul, onde pontes e estradas foram inteiramente destruídas para fazer brotar de novo o córrego Cheong-Gye, que era canalizado. “No futuro, nossos netos e filhos vão fazer o mesmo. Irão gastar bilhões para destamparem os rios”, prevê Moraes. Mais para cá do oriente, cidades como Londres e São Paulo têm demonstrado que a revitalização dos rios exige menos investimento do que boa vontade.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A Reinvenção do Espaço Público

Créditos Autorais 
Texto e Imagem : Wilson Menezes
Estação da Lapa, Salvador


Um fato me chama a atenção quando passo à noite pela Estação da Lapa. Mas, antes de falar sobre este fato, gostaria de apresentar, rapidamente, esse importante espaço de circulação de pessoas da Cidade de Salvador.

A Estação da Lapa, na verdade, foi oficialmente batizada de Estação Clériston Andrade e está localizada em uma área central da cidade. É o maior terminal rodoviário de Salvador, cerca de 460 mil passageiros passam por ela todos os dias. Recebe mais de setenta linhas urbanas e cerca de vinte linhas metropolitanas. São 325 ônibus por hora com uma frota de 511 coletivos por dia.

A Lapa como um dos elementos do sistema de transporte público também sofre com os problemas de infraestrutura; funciona precariamente, penalizando os usuários que são em sua maioria trabalhadores, estudantes e pessoas de baixa renda. A estação também contribui com a geração de emprego e renda, seja pelo comércio informal dos vendedores ambulantes ou pelos estabelecimentos comerciais nelas instalados.  

Contudo, o que me chama a atenção é a capacidade que a população tem de reinventar os espaços públicos. Falo do point popular que surgiu em uma área de cerca de 300 m², dentro da Lapa nas proximidades do Shopping Piedade, em frente ao modulo polícia, no nível térreo da estação. Certamente, para algumas pessoas pode parecer coisa de povão, para outras uma alternativa para o happy hour.Tomar uma cerveja geladinha do isopor, saborear um tira-gosto enquanto o ônibus não chega ou, quem sabe, jogar aquela velha conversa fora com os colegas ou amigos da hora.   

Não tenho informação, mas acredito que o índice de violência deve ser baixíssimo, pois quando o espaço público é preenchido pela população, o lugar é humanizado de tal forma que se autorregula.

Um ambiente funcionalmente estruturado, ou melhor, mal estruturado para o transbordo de passageiros é revisitado pela criatividade popular e o que era passagem se torna parada. O que era apenas colunas e placas de concreto armado se transforma na armação concreta da interação social.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"Salvador Maltrata Seus Pedestres"

Créditos Autorais 
Reproduzido de: Correio da Bahia 


Carlos Leite e Sérgio Magalhães participaram do primeiro seminário do Agenda Bahia



Urbanista diz que Salvador maltrata seus pedestres
Salvador não trata bem os pedestres soteropolitanos. Assim como acontece com a maior parte das grandes metrópoles mundiais, a capital baiana cresceu priorizando os carros, com largas avenidas e passeios estreitos, construções grandiosas, mas que não servem para construir uma boa convivência entre os moradores.
Segundo o arquiteto e urbanista Carlos Leite, especialista em Cidades Inteligentes, que falou sobre os desafios do século 21 para os grandes centros urbanos, as pessoas precisam se encontrar nos espaços públicos para poder fazer desenvolver uma cidade.
“Não há mais espaço para essas grandes avenidas e rodovias que sequer têm passeio público. Eu tive de brigar com o motorista para poder vir do hotel até aqui a pé”, disse o urbanista, provocando risos na plateia do auditório da Fieb.
De acordo com o especialista, esse pensamento acaba expulsando os moradores dos espaços públicos. “São as pessoas que desenvolvem uma cidade”, disse. Ele criticou a atuação exagerada, em alguns casos, de órgãos como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em cidades com muitas construções históricas, como Salvador.
“A gente sempre escuta não como resposta. Mas, se você congela essa cidade, ela morre. As cidades são organismos vivos, onde corre sangue, corre gente. Se você tentar fazer alguma coisa no Centro Histórico de Salvador vão dizer que não pode”, disse.
Para Carlos Leite, o modelo atual, do século 20, da expansão, está esgotado. O especialista defendeu a reinvenção através da inclusão das metrópoles. 


“Por que o Vale do Silício, nos Estados Unidos, e Barcelona deram certo? Porque as pessoas se encontram. É do encontro que sai tudo”, avalia. Para o urbanista, é necessário mapear estratégias metropolitanas de inteligências sistêmicas.

Chega de expandir as cidades, defende especialista
O grande desafio dos urbanistas e governantes do século 21 é dotar as cidades de infraestrutura plena, sem permitir que  continuem expandindo a sua área.
Em resumo, foi esta a tese defendida pelo presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil, Sérgio Magalhães, em sua apresentação, ontem, no  Agenda Bahia, sobre o tema A Cidade Brasileira:Território ou Serviço?

Ex-secretário de Habitação do Rio de Janeiro, Magalhães defende o adensamento das áreas urbanas, única maneira eficaz, a seu ver, de enfrentar o passivo socioambiental  das cidades, promover a universalização dos serviços públicos e disponibilizar a infraestrutura existente a todos os cidadãos.
Ele se baseia na constatação de que a população brasileira  vem crescendo menos e prevê que, dentre em breve, o país alcançará a estabilidade demográfica, inclusive nas grandes cidades. Assim, a saída para os problemas urbanos não passaria pela expansão territorial - pelo contrário, as cidades deveriam se tornar mais compactas, para que todas as suas áreas pudessem se beneficiar, por igual, das infraestruturas implantadas.

Além disso, Magalhães observa que é preciso reconhecer e valorizar as condições ambientais e culturais preexistentes. Em outras palavras, é necessário qualificar o que já existe, integrando ao restante da cidade, e não criar novas áreas que, enquanto fazem surgir novas demandas, contribuem para ampliar a degradação das zonas urbanas mais antigas. 
“O modelo da expansão que tem sido praticada até aqui não vai contribuir para melhorar a sustentabilidade, a mobilidade e as relações sociais”, advertiu, acrescentando que as cidades “não podem continuar sendo predadoras de território”.
Na sua opinião, somente com áreas urbanas mais compactas será possível universalizar plenamente os serviços públicos e reduzir o passivo ambiental, sem esquecer a condição primeira e essencial das cidades: a de um lugar de interação social por excelência.