Créditos Autorais
Texto:Wilson Menezes
Imagem:Web/Nilton Souza
A
passarela de pedestres representa, em nossa sociedade, um caso de amor e de
ódio. Esse equipamento, destinado ao trânsito de pessoas, nem sempre significa proteção
e segurança para quem que por ela circulam.
Muitas
destas pontes sobre vias de grande tráfego de veículos são, geralmente, construídas
em resposta à reivindicação popular, pois os governantes costumam argumentar
que passarela tem um custo alto para os cofres públicos e os pedestres não têm
o costume de utilizá-la no dia-a-dia.
Com base
nessa lógica equivocada, são oferecidas à população alternativas ineficazes de
proteção à vida como faixas de pedestres e semáforos, o que mantém os números de
atropelamento e mortes de pedestres em acedência. Quando na verdade deveriam investigar as
causas da relutância dos pedestres em utilizar a passarela.
Na verdade,
não é difícil de entender por que alguns pedestres não usam a passarela.
Começando pela falta de segurança, seguindo pela logística de localização e de
traçado os quais fazem com que o pedestre percorra grandes distâncias para
atravessar de um ponto a outro. E por fim chega-se à falta de manutenção
preventiva e corretiva das estruturas físicas. Esses são apenas alguns dos
problemas que qualquer pessoa, ao circula nas passarelas, pode constatar.
É preciso
desmitificar a ideia de que não usamos passarelas, até porque o número de
pessoas que utilizam as passarelas é infinitamente maior do que o número das
que não usam. Nesse caso, o problema está justamente no foco que a mídia dá aos
indivíduos que arisca a vida atravessando a via em local onde há passarela. Cria-se,
com isso, a falsa ideia de que a população não tem a cultura de utilizar essas
passagens elevadas.
Não
precisamos de pontes simplesmente, precisamos de passarelas seguras, racionais
e atraentes, porque andar a pé não pode ser visto apenas como uma necessidade
social, mas também como uma alternativa de qualidade de vida e de bem-estar.
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