O VALOR DE SEU VOTO


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Circula nas redes sociais um movimento pelo voto nulo, porque algumas pessoas acreditam que votar nulo é uma forma de protesto, uma atitude revolucionária. Mas, certamente, ninguém não parou ainda para saber o que aconteceria se, por uma hipótese bem esdrúxula, a maioria dos eleitores votasse nulo.

Pelo que eu sei, a Lei Eleitoral não fala em quantidade mínima de voto para um candidato ser eleito, isso significa que um voto é suficiente para eleger uma pessoa como nosso representante ou governante. Outro ponto importante é que só os votos válidos são considerados; branco e nulo são desprezados, não são válidos, servirão apenas para os dados estatísticos.

Isso significa na prática que a maioria dos candidatos terá garantido os votos de familiares, amigos e membros dos partidos políticos que, provavelmente, não votarão nulo. Sendo assim, seria quase impossível que uma eleição fosse anulada em decorrência dos votos nulos.   

Os mais incautos diria que uma grande quantidade de voto nulo faria os políticos repensarem o seu comportamento depois das eleições. Será que isso poderia acontecer de fato? Certamente, não. Assistimos nos últimos anos incontáveis escândalos de corrupção em todas as esferas políticas, mas nada mudou na consciência da maioria dos nossos políticos. 

Eu vejo um movimento desse tipo como um retrocesso democrático e um desrespeito à memória daqueles que lutaram, em um passado recente, pela democratização do nosso país, muitos deles e delas pagaram com as próprias vidas. Realmente, somos uma sociedade paradoxal, quando não podíamos votar, protestávamos para votar, hoje podemos votar e protestamos para não votar. Para mim, votar nulo está mais para um ato reacionário do que revolucionário. Pense nisso.

Na Verdade, precisamos aprender a votar, entender que o voto não termina no CONFIMA da urna eletrônica, pelo contrário, neste momento, o nosso voto começa a valer por quatro anos ou oito, no caso do mandato do Senador. Cabe o eleitor acompanhar as ações do seu candidato, caso seja eleito, por todo o mandato. Só assim o cidadão saberá se seu voto de confiança foi válido.

Dessa forma, ao longo das eleições, os péssimos políticos não teriam mais votos, porque seus eleitores já saberiam em quem não votar. Contudo, isso deve ser pensado em escala coletiva, ou seja, não adiantaria meia dúzia de pessoas fiscalizarem um candidato que recebeu dez mil votos.

Se, no elenco de candidatos que nossa sociedade oferece, não podemos votar no que achamos mais confiável, então devemos votar no menos desconfiável e acompanhar o nosso voto. Quando temos conhecimento dos deveres e obrigações das pessoas eleitas para nos representares, fica mais fácil reivindicarmos os nossos direitos como cidadão. Tenho certeza que não é votando nulo que nos isentaremos da culpa da má atuação dos representantes e governantes eleitos pelos que votaram por nós.




2 comentários:

  1. Concordo com o que foi supracitado, mas acho que nós, conscientes, temos que divulgar mais essa ideia não só nas redes sociais, mas também através do famoso "boca a boca". Se na internet as informações já correm...

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    1. Obrigado, Gabriela, pela sua participação.
      Realmente, a falta de informação dificulta a formação de censo crítico nas pessoas, nesse e em outros assuntos que envolvem a sociedade. Mas, como você disse, é importante que as informações sejam disseminadas para que cada um possa construir suas próprias ideias.

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