Créditos Autorais
Texto:Wilson Menezes
Imagem:Web/Google
Circula nas redes sociais um movimento pelo voto nulo, porque algumas pessoas acreditam que votar nulo é uma forma de protesto, uma atitude revolucionária. Mas, certamente, ninguém não parou ainda para saber o que aconteceria se, por uma hipótese bem esdrúxula, a maioria dos eleitores votasse nulo.
Pelo
que eu sei, a Lei Eleitoral não fala em quantidade mínima de voto para um candidato
ser eleito, isso significa que um voto é suficiente para eleger uma pessoa como
nosso representante ou governante. Outro ponto importante é que só os votos válidos
são considerados; branco e nulo são desprezados, não são válidos, servirão
apenas para os dados estatísticos.
Isso
significa na prática que a maioria dos candidatos terá garantido os votos de
familiares, amigos e membros dos partidos políticos que, provavelmente, não votarão
nulo. Sendo assim, seria quase impossível que uma eleição fosse anulada em decorrência
dos votos nulos.
Os
mais incautos diria que uma grande quantidade de voto nulo faria os políticos repensarem
o seu comportamento depois das eleições. Será que isso poderia acontecer de
fato? Certamente, não. Assistimos nos últimos anos incontáveis escândalos de
corrupção em todas as esferas políticas, mas nada mudou na consciência da
maioria dos nossos políticos.
Eu
vejo um movimento desse tipo como um retrocesso democrático e um desrespeito à memória
daqueles que lutaram, em um passado recente, pela democratização do nosso país,
muitos deles e delas pagaram com as próprias vidas. Realmente, somos uma
sociedade paradoxal, quando não podíamos votar, protestávamos para votar, hoje
podemos votar e protestamos para não votar. Para mim, votar nulo está mais para
um ato reacionário do que revolucionário. Pense nisso.
Na Verdade, precisamos aprender a votar, entender que o voto não termina no CONFIMA
da urna eletrônica, pelo contrário, neste momento, o nosso voto começa a valer
por quatro anos ou oito, no caso do mandato do Senador. Cabe o eleitor acompanhar
as ações do seu candidato, caso seja eleito, por todo o mandato. Só assim o cidadão
saberá se seu voto de confiança foi válido.
Dessa
forma, ao longo das eleições, os péssimos políticos não teriam mais votos,
porque seus eleitores já saberiam em quem não votar. Contudo, isso deve ser
pensado em escala coletiva, ou seja, não adiantaria meia dúzia de pessoas fiscalizarem
um candidato que recebeu dez mil votos.
Se,
no elenco de candidatos que nossa sociedade oferece, não podemos votar no que
achamos mais confiável, então devemos votar no menos desconfiável e acompanhar
o nosso voto. Quando temos conhecimento dos deveres e obrigações das pessoas eleitas
para nos representares, fica mais fácil reivindicarmos os nossos direitos como
cidadão. Tenho certeza que não é votando nulo que nos isentaremos da culpa da má
atuação dos representantes e governantes eleitos pelos que votaram por nós.
Concordo com o que foi supracitado, mas acho que nós, conscientes, temos que divulgar mais essa ideia não só nas redes sociais, mas também através do famoso "boca a boca". Se na internet as informações já correm...
ResponderExcluirObrigado, Gabriela, pela sua participação.
ExcluirRealmente, a falta de informação dificulta a formação de censo crítico nas pessoas, nesse e em outros assuntos que envolvem a sociedade. Mas, como você disse, é importante que as informações sejam disseminadas para que cada um possa construir suas próprias ideias.