Créditos Autorais
Texto: Wilson Menezes
Imagem: vidadepedestre
Texto: Wilson Menezes
Imagem: vidadepedestre
Na
década de cinqüenta do século XX, a indústria automobilística brasileira põe os
pneus na estrada do progresso nacional e se torna o ponto chave do
desenvolvimento econômico nacional para o governo. Hoje, decorrido pouco mais
de cinqüenta anos do início do processo de industrialização e das transformações
das grandes cidades em consequência do novo modo de vida da sociedade, a mobilidade
urbana se torna a grande questão a ser resolvida.
Sem saudosismo
das cidades do início do século XX, quando ainda era possível caminhar no mesmo
espaço onde transitavam os velhos carros de tração animal, antepassados dos atuais
onipresentes automóveis individuais, o homem contemporâneo percebe que não
consegue mais viver sem os automóveis individuais, mas também não sabe como não
morrer com eles.
A
consolidação do uso dos veículos automotores, sem dúvida, trouxe benefícios
econômicos e até mesmo sociais, haja vista a geração de postos de trabalho para
a população operária. Contudo, junto com falta de mobilidade urbana, a mega
frota de automóveis é também responsável pelo excesso de mortalidade humana nas
cidades, nas estradas, nas calçadas, em qualquer lugar onde essas máquinas de
aço podem estar.
O
pensamento dominante sobre as possíveis soluções para os problemas de
mobilidade urbana esteve focado, nos últimos anos, nas grandes obras viárias nas
quais deveriam ter obrigatoriamente os extensos viadutos como elementos fundamentais
para a fluidez do trêfego dos automóveis. Mas isso está mudando, surgem grupos
de pessoas que já anseiam outro modo de pensar a cidade sem as colossais
estruturas de concreto. Um modelo que contemple, sobretudo, a qualidade de vida
da população e mantenha a cidade viva.
Certamente,
essas pessoas não querem a extinção dos automóveis individuais nem a demolição
das infraestruturas viárias construídas apoiadas no velho modelo carrocêntrico,
mas, sim, o uso moderado e sustentável e que favoreça outros modais de
transporte público eficiente nas novas intervenções viárias. O crescimento do
uso dos veículos automotores se deve aos incentivos dos governos. Agora é o
momento de serem incentivados os meios alternativos e sustentáveis de
mobilidade.
As
grandes cidades precisam de um modelo que pense a mobilidade humana de forma
diversa, no qual o governo e o poder público priorizem todos os meios de
deslocamento, sobretudo os não motorizados. Os governantes das cidades precisam
entender que a população estará mais segura nos espaços públicos que concentrem
mais seres humanos e menos máquinas. A Cidade é viva e necessita de vidas
circulando por suas ruas e de solo permeável onde possa brotar novas vidas todos
os dias.
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