quinta-feira, 25 de outubro de 2012

História da Vida Real - O Descontentamento de Uma Pedestre

Créditos Autorais 





Rua Cardial da Silva - Rio Vermelho
“Parem o mundo que eu quero descer!!!”

5ª. Feira às 19:30h. Venho eu chegando em casa depois de um dia exaustivo de trabalho. Venho andando ali pela Praça do Acarajé da Dinha. Andando e pensando o quanto nós pedestres estamos sem espaço nas ruas. O Padaria Bar ficou um tempo fechado. Reabriu!!! Não sei se exatamente hoje, mas hoje está aberto. E eu cá com os meus botões! Na verdade não tinha nenhum, mas isso não vem ao caso. Então...venho andando e observando o quanto o pedestre não tem mais espaço nas calçadas. Pois bem, o famigerado bar que reabriu as portas e o seu vizinho, o Passarela Bar, não contentes com o tumulto que causam ao trânsito, resolveram ocupar as calçadas. Não, não só ocupar. Demarcar território, mesmo. As mesas sobre a calçada, e cones, é isso mesmo, cones, em frente aos bares. É mole, ou quer mais? Quer mais né? Porque desgraça pouca é bobagem!!! Eu vinha desse lado da calçada, do mesmo lado dos bares. Como não me cabia ali resolvi atravessar a rua e... cadê calçada, do outro lado da rua? O Bar Europa ocupa toda a calçada. Tudo bem!!! Eu tinha então de andar na rua, próximo à calçada, certo? Errado, pois, na rua próximo à calçada também não é lugar de pedestre é lugar de carro, é estacionamento. Aguardei a moçinha estacionar o veículo para que eu pudesse seguir e atravessar novamente a rua e seguir reto, não pela calçada, claro que não. No início da Cardeal da Silva, sentido federação a calçada ali, há muito já deixou de ser lugar de pedestre e mais uma vez é lugar de carros. Toma sacana, quem manda andar a pé? O IPI do carro tá baixo, compre também você um carro!!! Mas essa é outra história.

Quando estou nessa labuta de anda um pouquinho, para um pouquinho, sobe na calçada, desce da calçada, tento atravessar a rua, não consigo, mais uma tentativa, ainda não, agora sim... enfim consigo chegar ao outro lado da rua. E, eis que vejo uma pessoa descendo a rua correndo, eu o reconheço e ele a mim. Paramos um em frente ao outro e ele nervoso, com as mãos geladas coitado: Meg acabei de ser assaltado, levaram meu celular... dois caras de moto, fiquei com medo de morrer, disse ele. Eu tentando acalmar a criatura: você tá bem? Calma!!! Pelo menos só foi o celular – Ôh, fazer o que?- . Pra onde você vai? Estou indo dar uma aula ali. “TRABALHADORES DO MEU BRASIL!!!” Prá acalmar a criatura conto do meu infortúnio há mais ou menos 3 meses. Eu também fui assaltada, justamente ali, a 20 metros de casa. E agora? Cadê coragem de subir a ladeira. E pior... eu moro ali, eu tenho de passar por esse lugar todos os dias. Quando eu fui assaltada eram 22:30h, era um dia chuvoso, a rua estava deserta. E hoje? Hoje é 5a feira, a rua está cheia de gente, os bares estão lotados, é cedo. “E agora José?” 

Bom...mas não tem jeito, temos de seguir os nossos caminhos. Oremos!!!
Nos despedimos!

Não antes de eu interpelar uma pessoa que estava subindo a ladeira: Moço você prá onde? Posso te “acompanhar” até lá em cima? Meu amigo, Trabalhador do meu Brasil, seguiu - nervoso, de pernas bambas ainda, e sem celular -para dar a sua aula. 

Aí vem um desses prefeituráveis filho da mãe: “No meu governo eu vou aumentar o contingente de policiais nas ruas.” Vai? Vai botar um guarda costas prá cada cidadão? 

Meu senhor! Na minha santa ignorância, eu sei que não é assim que se faz a segurança de uma cidade, não. 

Acorda humanidade!!!!

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