Créditos Autorais
Texto: Magnólia Batista
Imagem: Web/Google
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5ª. Feira às 19:30h. Venho eu chegando em casa
depois de um dia exaustivo de trabalho. Venho andando ali pela Praça do Acarajé
da Dinha. Andando e pensando o quanto nós pedestres estamos sem espaço nas
ruas. O Padaria Bar ficou um tempo fechado. Reabriu!!! Não sei se exatamente
hoje, mas hoje está aberto. E eu cá com os meus botões! Na verdade não tinha
nenhum, mas isso não vem ao caso. Então...venho andando e observando o quanto o
pedestre não tem mais espaço nas calçadas. Pois bem, o famigerado bar que reabriu
as portas e o seu vizinho, o Passarela Bar, não contentes com o tumulto que
causam ao trânsito, resolveram ocupar as calçadas. Não, não só ocupar. Demarcar
território, mesmo. As mesas sobre a calçada, e cones, é isso mesmo, cones, em
frente aos bares. É mole, ou quer mais? Quer mais né? Porque desgraça pouca é
bobagem!!! Eu vinha desse lado da calçada, do mesmo lado dos bares. Como não me
cabia ali resolvi atravessar a rua e... cadê calçada, do outro lado da rua? O
Bar Europa ocupa toda a calçada. Tudo bem!!! Eu tinha então de andar na rua,
próximo à calçada, certo? Errado, pois, na rua próximo à calçada também não é
lugar de pedestre é lugar de carro, é estacionamento. Aguardei a moçinha
estacionar o veículo para que eu pudesse seguir e atravessar novamente a rua e
seguir reto, não pela calçada, claro que não. No início da Cardeal da Silva,
sentido federação a calçada ali, há muito já deixou de ser lugar de pedestre e
mais uma vez é lugar de carros. Toma sacana, quem manda andar a pé? O IPI do
carro tá baixo, compre também você um carro!!! Mas essa é outra história.
Quando estou nessa labuta de anda um pouquinho,
para um pouquinho, sobe na calçada, desce da calçada, tento atravessar a rua,
não consigo, mais uma tentativa, ainda não, agora sim... enfim consigo chegar
ao outro lado da rua. E, eis que vejo uma pessoa descendo a rua correndo, eu o
reconheço e ele a mim. Paramos um em frente ao outro e ele nervoso, com as mãos
geladas coitado: Meg acabei de ser assaltado, levaram meu celular... dois caras
de moto, fiquei com medo de morrer, disse ele. Eu tentando acalmar a criatura:
você tá bem? Calma!!! Pelo menos só foi o celular – Ôh, fazer o que?- . Pra
onde você vai? Estou indo dar uma aula ali. “TRABALHADORES DO MEU BRASIL!!!”
Prá acalmar a criatura conto do meu infortúnio há mais ou menos 3 meses. Eu
também fui assaltada, justamente ali, a 20 metros de casa. E agora? Cadê
coragem de subir a ladeira. E pior... eu moro ali, eu tenho de passar por esse
lugar todos os dias. Quando eu fui assaltada eram 22:30h, era um dia chuvoso, a
rua estava deserta. E hoje? Hoje é 5a feira, a rua está cheia de gente, os
bares estão lotados, é cedo. “E agora José?”
Bom...mas não tem jeito, temos de seguir os nossos caminhos. Oremos!!!
Nos despedimos!
Não antes de eu
interpelar uma pessoa que estava subindo a ladeira: Moço você prá onde? Posso
te “acompanhar” até lá em cima? Meu amigo, Trabalhador do meu Brasil, seguiu -
nervoso, de pernas bambas ainda, e sem celular -para dar a sua aula.
Aí vem um desses
prefeituráveis filho da mãe: “No meu governo eu vou aumentar o contingente de
policiais nas ruas.” Vai? Vai botar um guarda costas prá cada cidadão?
Meu senhor! Na
minha santa ignorância, eu sei que não é assim que se faz a segurança de uma
cidade, não.
Acorda humanidade!!!!
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