Créditos Autorais
Texto:Wilson Menezes
Imagem:Web/Google
Muitos medos rondam a mente do pedestre nos grandes
centros urbanos, alguns naturais do ser humano como o receio de ter um mal
súbito no meio da multidão. Mas o que mais me assusta é o medo de me acomodar com
as diversas situações de perigo enfrentadas pelas pessoas quando andam nas ruas e
por todos os desrespeitos que sofremos, diariamente, como cidadãos e cidadãs.
Não quero me acostumar a andar assustado pelos
locais escuros sem iluminação pública. Tenho medo de não me importar mais com o
banho de água suja que levo todas as vezes que chove e estou na rua, no
passeio, no ponto de ônibus ou, simplesmente, tentando chegar a algum lugar
seguro.
Receio achar engraçado ter que andar na pista
enquanto os carros estão sobre os passeios, receio pular os buracos das
calçadas como quem brinca de amarelinha. Receio ainda aprender a viver com a
insegurança, só porque nossas esquinas são de morte e nossas faixas de muita
sorte. Param uns, outros nem pensam em parar, uns param em cima, outros passam
por cima.
Meu medo agora é de votar, não cobrar e viver sem
reclamar, sem gritar, sem ação ou reação, porque o que assusta lá fora incomoda aqui
dentro.
Texto: Wilson Menezes
Imagem: fonte/web
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